Seu Lobo

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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Palmada Zero – o país dos extremos.


Não houve debate. A discussão deu-se lá em cima. Uma imposição legislativa. Democracia dos iluminados. Desde que o presidente Lula mandou ao Congresso  o PL 7.672/2010 para alterar o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) com o objetivo de, sic, “estabelecer o direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos corporais ou de tratamento cruel ou degradante”, os especialistas travaram uma batalha fácil. A mídia fez seu papel. O rolo compressor do “politicamente correto” trabalhou pouco: ninguém apareceu para ser triturado. Afinal, quem vai ser favorável à “violência” contra uma criança ou ao “tratamento cruel e degradante”?

Aqui é assim: 8 ou 80. No caso do álcool, adotamos um limite mais rígido do que na Europa e EUA, mas não fomos capazes de fiscalizar ou punir. A lei “quase”  seca não pegou. Então, agora vamos para a lei realmente seca, lei do Álcool Zero. Mas, de que adianta se temos um sistema jurídico falido?

No caso da violência domiciliar, já temos – dizem os especialistas – a lei mais avançada do mundo, o ECA. Mas, é pouco, pois não a cumprimos. Então, já que não fazemos o 8, vamos ao 80: para coibir os pais violentos (a minoria), vamos impor a restrição total à maioria: tolerância zero. Uma palmada, um cascudo, um cocorote, um puxão de orelhas, um simples beliscão. Nada, nada. Os iluminados, psicólogos, psicanalistas, educadores acadêmicos, muitos deles que nunca lidaram com uma criança teimosa e birrenta, diante da qual todas as teorias dos livros simplesmente desmoronam, estão radiantes, certamente sentindo-se a bala que matou Napoleão, por libertar as milhares de crianças brasileiras da ameaça de seus...  pais!  

Pois bem, se já somos incapazes de cumprir o ECA como está, seremos de cumpri-lo com essa adição? Está claro que essa será mais uma lei feita para não pegar. Uma lei feita em total desprezo ao que, suponho, pensa a maioria do povo brasileiro. Suponho, pois nenhuma pesquisa foi feita que seja do meu conhecimento. Vi o resultado de uma enquete pela internet, que não tem valor científico, mas dava conta de que 85% dos que responderam eram contra. Mas, pensando bem, perguntar pra quem? Será que o povo, esse povinho sem instrução, enraizado na cultura da violência, tem condições de contribuir para um debate “desse nível”?  Claro que não, dirão os especialistas iluminados.

O caminho mais fácil, proibir a disciplina física, é a saída para um estado incapaz de coibir o espancamento de crianças por parte de pais violentos. No que vai dar? Vamos pagar pra ver. Outro dia vi na TV uma matéria sobre um caso nos Estados Unidos: um pai condenado a não lembro quantos anos de prisão por bater em seu filho adolescente. O filho, de 12 anos, chorando no tribunal, clamando em favor do pai, dizendo ter merecido o castigo; os guardas tendo trabalho para desgrudá-los, pai e filho aos prantos, na hora da prisão. 

Levanto minha mão e digo: discordo de todos esses especialistas. Prefiro ficar com o sábio Salomão. Pronto, pode passar o rolo compressor sobre mim. Falei e falo: tá errado proibir os pais de dar palmadas nos filhos.

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