Seu Lobo

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Ele tá vindoooo! Uhauuuu!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Zagueira se deita e o jeitinho deu errado


Pouca gente percebeu. No jogo Brasil x EUA na copa de futebol feminino, na Alemanha, o Brasil recorreu à artimanha - menos arte do que manha -  e se deu mal. O indefectível jeitinho brasileiro, aquela malícia má mesmo, que busca enrolar, ludibriar, roubar, tudo o que for possível para o resultado. Ainda não conheço bem os nomes – e nesse caso, melhor não – pois uma das nossas zagueiras, para ganhar tempo ilicitamente, simplesmente tchibungou no chão (tchibungar no sertão é mergulhar no açude). Caiu feito uma morta, na pequena área, fora do lance, sem ninguém perto, para simular uma contusão.  Isso no segundo tempo da prorrogação, há poucos minutos do final. Cada segundo é precioso nessa hora, então vamos surrupiar alguns, fazendo uma cerinha. Faz parte – dirão todos   Qual é o problema?  Pára o jogo, juíza vem correndo pra verificar, espera a “morta” se levantar, nada. Cutuca,  nada. Entra a maca, spray pra cá, massagem pra lá, pega daqui, pega dali, põe finalmente na maca. Assim que a maca sai do campo, a “morta” pula que nem um gambá – a maca ainda alta – e sai em disparada, lépida e faceira, para a lateral do campo pra voltar pro jogo.   O público ficou perplexo!  Que-qué-isso, minha gente! O estádio inteiro vaia, vaia, vaia bem alto, uma vaia ensurdecedora e demorada!  A morta viva, nem pixite, cara mais cínica.

A simulação foi tão acintosa e revoltante que a juíza se zangou e soltou as canecas: passou um cartão amarelo na esperta e acresceu TRÊS MINUTOS no tempo!  O resultado?  Acabou o tempo normal, Brasil 2x1. Passou um minuto, Brasil 2x1. Passou outro minuto, Brasil 2x1. Já no meio do terceiro minuto, gol dos EUA: 2x2!   Nos pênaltis, perdemos.

Não, não perdemos nos pênaltis. Perdemos na esperteza, na manha, na falta de vergonha, no jeitinho que faz parte, na enrolação, no engodo, no roubo. “Todo mundo faz, faz parte, é do jogo”.  Eu te juro, quando vi aquilo, fiquei foi com vergonha. Me senti vaiado por aquela multidão, como quem pego no flagra.  Te juro, também: lavei meu peito com o gol dos EUA justo no meio daquele terceiro minuto! Sou brasileiro, sim, adoro futebol, mas “ainda tenho um pouco de orgulho em mim”, como diria RC.  Fiquei triste pela derrota, claro. Mas achei foi bom aquele gol dos EUA, juro.  Toma!

Pronto, podem jogar pedras.

sábado, 16 de julho de 2011

Por que as tampas estão voando?


Trabalhei na CEMAR (Companhia Energética do Maranhão) como engenheiro eletricista por cerca de 15 anos nas décadas de 1980/90. Na época eu tinha uma militância sindicalista atuante, bastante atípica para um engenheiro. Essa militância entretanto não me alinhou a todas as demandas do sindicalismo, por exemplo, quanto à estatização. Nesse tema divergi, e muito. Escrevi textos e fiz palestras na empresa defendendo a privatização no setor elétrico, siderúrgico e de telecomunicações.  Apesar disso, em 1989, cheio de ideais, militei na campanha de Lula. Minha filha Luciana, então com 6 aninhos, cantava o “lula-lá” na hora de eu votar. “Não posso repreender uma criança de 6 anos, vocês hão de convir” – respondeu a mesária aos fiscais de Collor na seção eleitoral.  Lula perdeu. Collor, eleito, deu início ao processo de desestatização das empresas brasileiras. Mas  foi  “impichado” dois anos depois.  Lutei de novo por Lula em 1994, mas, nova derrota , dessa vez para FHC.  Então vieram as privatizações “de com força”.

Independente da forma como foram feitas – passível de críticas – tinham que ser feitas. E esse crédito tem Collor e mais ainda FHC.  Em artigo que publiquei na época no jornal O Estado do Maranhão, disse que o grande desafio do Estado brasileiro seria suprir a sua deficiência como agente regulador. Defendi que esse era o papel do Estado, onde ele tinha a obrigação de ser forte.  Década e meia depois, percebo que esse desafio está longe de ser vencido.

No Brasil o modelo tarifário dos serviços públicos concedidos sofreu uma alteração brutal, a partir da Constituição de 1988,  saindo do modelo da tarifa pelo custo para o da tarifa de mercado. Nossa matriz elétrica, predominantemente hidráulica, que  fornece energia velha de baixíssimo custo (nas usinas hidráulicas já revertidas), propiciaria tarifas sensivelmente mais baixas. Mas o novo modelo de tarifa de mercado nega esse benefício à sociedade. Resultado? Tarifas altamente lucrativas para as empresas. E em resposta? Negligência na manutenção dos sistemas, baixos indicadores de desempenho, tampas de bueiros voando pra todo lado.  E quem é o responsável por tudo isso? O Estado brasileiro em sua função regulatória. Não há uma única agência regulatória brasileira que funcione a contento. A regulação setorial é uma atividade técnica por excelência. A contaminação por “quadros políticos” só enfraquece o que já não era forte. ANAC, ANTT, ANEEL e outros “ARs” transformaram-se, antes de tudo, em fóruns de interesses em disputa. Enquanto não mudar a forma de fazer gestão pública nesse país nada muda.  A profissionalização das “ARs” é uma demanda imperiosa se queremos ser uma nação que respeite seus cidadãos.

Especialistas dizem que a maioria das explosões de bueiros no Rio de Janeiro são por causa da presença de gás nas galerias.  As tubulações antigas, sem manutenção e renovação,  correndo em paralelo com as instalações elétricas subterrâneas, transformaram o Rio num campo minado. As instalações elétricas, por sua vez, também estão sem uma manutenção preventiva decente há décadas.  Agora não é possível corrigir de imediato. Agora é o caos. É apagar incêndio.  Agora é desviar das tampas.  E multas que nunca são pagas.  Que situação!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Receita Fedoral – o fedor da fiscalização eficiente só para os fracos



Um amigo me conta de um médico que teve dois filhos fora do casamento. Em vez de obrigar a mãe a recorrer à justiça para obter a pensão, o doutor resolve assumir suas obrigações paternas de bom grado. Passou a dar mensalmente o valor combinado de comum acordo com a mãe das crianças, obtendo os respectivos recibos. Filhos devidamente registrados e a paternidade reconhecida em cartório. Na declaração de imposto de renda, o doutor lança o valor como pensão. Certo?

Errado! A Receita Federal chama o doutor, depois de 15 anos, e declara não ser legal esse desconto. Teria que ter base judicial. Teria que ter sido determinado pela justiça!  De nada valeram os recibos assinados pela mãe das crianças. De nada valeram as certidões de nascimento. Não adianta chamar a mãe para confirmar o recebimento e o acordo. Como a Receita só pode cobrar retroativo a 5 anos, fez o cálculo e determinou o pagamento de R$ 60 mil reais de diferença de impostos, incluindo multas e juros. Toma, doutorzinho! Quem manda tu ser fraco? (redação autorizada pelo MEC).

É, meus amigos! Enquanto isso, o presidente do Corinthians evoluiu seu patrimônio, de uma banca de verduras na CEASA até tornar-se um milionário. Usa dezenas de laranjas para distribuir seu patrimônio. Tem apartamento dele, de alto luxo, no nome de gente que não tem renda nem pra tomar um taxi. Noutro exemplo, deu na TV que o apartamento alugado por Palocci em SP está em nome de um pobre coitado desempregado que nem sabe que Palocci existe. Cadê a fiscalização da Receita? Cadê a malha fina para estes? Como imóveis caríssimos são adquiridos por laranjas sem renda?

Receita Fedoral, de fedor. Tá fedendo mesmo!