Seu Lobo

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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Pedras na Sala de Justiça



É, meus amigos, que mundo! Que tempos!  Insólita, inusitada e sei-lá-mais-o-que, a declaração do Ministro Gilmar Mendes, na seção histórica de ontem, dia 02/02/2012, onde o Superior Tribunal Federal- STF, o guardião da nossa mais-que-remendada Constituição, discutia o futuro moral do Judiciário brasileiro.  O ponto nevrálgico: o Conselho Nacional de Justiça – CNJ pode agir originariamente – ou seja, por iniciativa própria – ou tem que esperar as famigeradas Corregedorias falharem para só depois atuar? Uma questão crucial, pois, no fundo, tratava-se da própria razão de ser do CNJ. O que são as tais Corregedorias? São colegiados de juízes de cada tribunal constituídas para julgarem seus pares. Ou seja, colegas julgando colegas. Companheiros de churrasco, de peladas nos campinhos da AMB (Associação dos Magistrados do Brasil), de jantares, de colóquios, de congressos, uma irmandade “da alta”, onde as famílias se entrelaçam em namoros e casamentos, onde filhos são desde cedo direcionados para a carreira jurídica, sendo que alguns passam em concurso e outros “passam”, e vai se firmando uma elite, uma certa classe social de altos rendimentos à custa do erário público e de muitas falcatruas – há exceções.  É nesse ambiente que as tais Corregedorias fazem-de-conta que atuam e o Judiciário faz-de-conta que acredita. Olha, eu até tenho certa rejeição às posturas do Min. Gilmar Mendes, mas dessa vez, ele foi simplesmente fantástico. Sua declaração rompeu os anais da história. Vai virar bordão. E está interligada com outro bordão bem mais antigo, o repto de Jesus Cristo ao responder aos discípulos: “Se estes se calarem, as pedras clamarão”.  Talvez o Min. Gilmar Mendes tenha lido o Evangelho de João alguma vez na vida e aquelas palavras do Mestre ficaram ali esquecidas. Bendita leitura então, pois evoca-la nesse momento de rara importância e significado para a Justiça brasileira foi de uma felicidade ímpar. "Até as pedras sabem que as corregedorias não funcionam”, disse o Ministro, no ponto de maior inflexão de sua intervenção. Matou de pau!. Toma! Tá aí o que precisava ser dito com todas as letras e com a autoridade de um ministro da mais alta corte numa se suas mais solenes seções. Parabéns, Ministro. O Senhor foi inspirado nesse santo momento cívico.

Tomara as pedras clamem também ao coração do próprio Ministro, e ele venha a ficar louco pelo tempo suficiente para que a fé em Jesus brote no seu coração e consiga, qual tenra plantinha, crescer e florescer no meio da vasta plantação de sua sapiência, sobrepujando-a completamente com a verdadeira e superior sabedoria, a do conhecimento de Deus.

Tô feliz hoje, pela chance dada à Justiça de prevalecer. Tomara que consiga. Esperança!

Um comentário:

  1. Não sei se é pra rir ou prá chorar, pois tal comentário pode tanto ter sido sincero (rir) como cínico (chorar), no caso da figura em questão, fico com a 2a. opção.

    Abraços

    Ana Paula

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