Com essa frase simples, quase imbecil, o maranhense
morador de rua em São Paulo justificou a entrega à polícia de um pacote com
vinte mil reais em dinheiro vivo que ele e a companheira encontraram escondido
por ladrões em uma praça. A população dividiu-se entre os que elogiaram o gesto
e os que o consideraram uma burrice. Não foi feita uma pesquisa mas não duvido
que essa divisão tenha se dado meio-a-meio, tal o caos ético e moral que vigora
no Brasil. Ao simplório maranhense, que saiu de Arari, a 130Km da capital aos
12 anos para fugir da pobreza em busca de um destino melhor, sem alcançá-lo,
parece ter restado unicamente o patrimônio moral legado por sua pobre mãe
cristã. Sem qualificação e sem apoio
algum, restou-lhe a rua, onde, a seu modo, vivia numa felicidade feita do
cotidiano prazer de manter-se vivo, de comer e vagar, de ver a vida passar na
pressa dos carros, motos, ônibus, trens e metrôs carregados de gente apressada
no mecanismo cruel do vai-e-vem da máquina urbana.
Como gratidão o dono do restaurante de onde o dinheiro
fora roubado ofereceu um jantar e também cursos profissionalizantes e emprego
para o casal em seu estabelecimento. Comentei com minha esposa que talvez não
tenha sido o melhor dos presentes, depois de mais de 30 de uma vida sem
horários e responsabilidades. O tempo
dirá. Contudo a ética do pobre homem calou como um soco na cara de nossa
brasilidade tosca. Mamãe disse que nunca deveria ficar com coisas que não são
minhas. Simples assim.
Olá Faustino... bom bom o post, mas seria bom publicar o link da informação em algum ponto só para podermos verificar o original, e até ler os comentários à própria notícia.
ResponderExcluirObrigado, Ilhado. Eu vi na TV. Vou procurar se há algum link em algum site maranhense e publicarei.
Excluir