Noitinha em SP. O ônibus é sequestrado por bandidos. Ônibus de luxo, com vidros fumê. O motorista consegue fugir e avisa a polícia. Os bandidos obrigam um passageiro a dirigir o ônibus. A polícia chega. Não a polícia simples, mas o BOPE – um grupo de elite, preparado para missões especiais. Objetivo prioritário? Para o ônibus! Como? Atirando nos pneus! De onde? De longa distância, já que, com os vidros fumê, os policiais não poderiam expor-se aproximando-se do veículo. Quais os riscos? Com o ônibus em movimento e as viaturas também, altas chances de os disparos atingirem vítimas e transeuntes. Decisão dos policiais? Atirar. Resultado? Cinco pessoas atingidas, três no ônibus e duas na rua. Avaliação do comandante? Foi um erro, mas deu certo. Então tá!
Será que perseguir um ônibus de noite e fazê-lo parar seria tão difícil assim? Afinal, um ônibus tem uma agilidade de elefante no trânsito! Aproximando-se por trás, onde não há visão para os sequestradores, seria muito fácil atirar nos pneus traseiros por baixo do para-choques, com baixo risco de tiro.
A ação policial não é nada simples, especialmente em tais casos. Mas infelizmente no Brasil estamos cansados de ver erros que “não deram certos” como no caso do ônibus 147, no Rio de Janeiro, anos atrás, em que um atirador de elite acertou o bandido que já estava se entregando e esse acertou a vítima, matando-a. O caso Eloá, onde um apartamento foi invadido pela polícia, ocasionando ao sequestrador acertar a vítima, matando-a. Policiais que atiram em carro “pensando que” era de um assaltante em SP, mas que na verdade era de uma mãe com um filho, matando uma criança de 9 anos com um tiro na cabeça. E essa fórmula de “pensando que” se repete em outros casos repercutidos na mídia, onde policiais atiram primeiro pra perguntar depois.
Não podemos simplificar a análise, nem para mais, nem para menos, como o fez o comandante: “Foi errado mas deu certo”. Espero que a passageira atingida com um tiro no tórax e que encontra-se internada em estado grave não o cale. Que a sorte salve esta vida, vítima da incompetência e do despreparo policial.
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